Igrejas centenárias no Entorno fomentam o turismo religioso na região

22 abril 2025 às 13h02

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Municípios do Entorno, como Luziânia, Santo Antônio do Descoberto e Planaltina de Goiás, preservam igrejas centenárias, que datam dos séculos XVIII e XIX, sendo importantes representantes da cultura e tradições locais, além de estimularem o turismo religioso na região. Alguns templos são, inclusive, tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
A titular da Secretaria do Entorno do Distrito Federal (SEDF-GO), Caroline Fleury, destaca a importância de reconhecer e preservar monumentos e edificações históricas. “Quando falamos do Entorno, é importante lembrar que aqui também temos turismo religioso – igrejas centenárias em municípios como Formosa e Planaltina de Goiás, festas do Divino, missas tradicionais e um patrimônio arquitetônico e cultural que precisa ser preservado para manter vivas as nossas tradições de fé”, salienta.
Igrejinha de Santo Antônio
Em Santo Antônio do Descoberto, a Igrejinha de Santo Antônio é considerada o pilar da fundação do município, sendo o elo que conecta o passado e o presente. É o que afirma o Padre Marcelo Vieira, pároco e Reitor do Santuário de Santo Antônio, templo localizado a cerca de 1,5 km da Igrejinha. “A história da cidade nasceu sob a influência da igreja, que desde o início molda sua civilização e continua a exercer um papel central até hoje”, observa o sacerdote.
Segundo ele, mesmo com o avanço do tempo e das mudanças trazidas pelo modernismo, a Igrejinha continua sendo uma referência cultural e histórica. “As pessoas reconhecem naquela velha igreja a sua origem, como se fosse a alma do povo”, diz Padre Marcelo.

Ele destaca, ainda, que o templo tricentenário é respeitado e considerado um patrimônio cultural por pessoas de várias religiões. “Mesmo os não católicos têm aquela igreja como uma referência de ponto histórico, ponto de união, ponto de encontro e ponto de oração”, frisa.
Um dos maiores tesouros da Igrejinha é a venerada imagem de Santo Antônio, que deu nome à cidade e, segundo a tradição, é conhecida pelos seus milagres. “É um símbolo de fé para a população e sua veneração atravessa os séculos”, comenta Padre Marcelo. Ao longo do mês de junho, a cidade se transforma em um verdadeiro palco de fé e devoção em homenagem ao seu padroeiro.
Com mais de 250 anos de história, a tradicional festa religiosa se consolida como um dos principais marcos culturais do município, reunindo gerações em uma celebração que mescla espiritualidade e identidade popular. Um dos pontos altos da festividade é a distribuição dos tradicionais pãezinhos abençoados, símbolo de fé e esperança ao longo de toda a celebração.
Igreja do Rosário
Já em Luziânia, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário – ou, simplesmente, Igreja do Rosário –, construída em 1769, em plena época do ciclo do ouro, é considerada um dos principais marcos históricos e arquitetônicos da cidade, atraindo não apenas fiéis, mas também turistas e pesquisadores.
Tombada em 1980 pelo Iphan, o templo tornou-se um símbolo da resistência cultural e da valorização do legado histórico de Luziânia, antiga Santa Luzia. Ao longo dos anos, passou por várias restaurações, sendo a mais relevante em 2011, realizada pelo Iphan, quando foram recuperados detalhes estruturais e ornamentais originais.
O secretário de Turismo de Luziânia, Luciano Braz, ressalta a importância do patrimônio histórico e religioso do município. “A Igreja do Rosário é uma pérola que nós temos, um diamante que precisamos lapidar”, declara. Segundo Braz, o templo representa um dos principais atrativos do turismo religioso na cidade. “É um patrimônio muito valioso e valoroso”, acrescenta.
De réplica a patrimônio

Planaltina de Goiás também traz um importante marco cultural, histórico e religioso: a Igreja Santa Catarina de Alexandria. Construída em 1963 por imigrantes portugueses, a edificação é uma réplica de um templo localizado em Goa Velha, na Índia, e foi reconhecida como patrimônio cultural goiano em 2023.
Situada no alto da serra da Lagoa Formosa, em um ponto estratégico, a igreja reforça sua relevância não só pela arquitetura, mas também pelo vínculo entre o passado e o presente da região. Atualmente, o local é visitado por aqueles que buscam momentos de oração ou para a realização de ensaios fotográficos.
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