Biofábrica em Cristalina vai fomentar a produção de grãos e gerar empregos
08 julho 2024 às 10h03
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O município da Ride acaba de abrir as portas de mais uma biofábrica do Centro de Excelência em Bioinsumos (Cebio). A nova unidade, também chamada de Unidade de Transferência de Tecnologia (UTT), foi criada a partir de um convênio firmado entre o Instituto Federal Goiano (IF Goiano) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) com a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás (Seapa), por meio do Programa Estadual de Bioinsumos, a Universidade Estadual de Goiás (UEG) e as universidades federais de Catalão (UFCat) e de Goiás (UFG).
De acordo com o titular da Seapa, Pedro Leonardo Rezende, a biofábrica representa um marco para o desenvolvimento sustentável da agricultura no município e em toda a região. “Com a produção local de bioinsumos, fortalecemos a cadeia produtiva, gerando empregos e renda para a população, além de impulsionar a pesquisa e a inovação no campo”, afirma.
Os bioinsumos são produtos de base vegetal, animal ou microbiana, destinados ao uso na produção, no armazenamento e no beneficiamento agropecuários. Segundo o secretário, os agricultores e produtores de Cristalina e região serão diretamente beneficiados pela biofábrica. “Eles terão acesso facilitado a bioinsumos de alta qualidade, produzidos com tecnologia de ponta e adaptados às necessidades locais. Isso significa mais produtividade, redução de custos e, principalmente, uma agricultura mais sustentável, com menor impacto ambiental”, explica.
Pedro Leonardo também enfatiza que a parceria com o Governo de Goiás foi fundamental para a concretização da biofábrica no município. “Por intermédio do Programa Estadual de Bioinsumos e do Cebio, o estado tem investido em pesquisa, desenvolvimento e infraestrutura, possibilitando a criação de biofábricas em diversas regiões. Além disso, o governo tem atuado como um facilitador, conectando instituições de pesquisa, produtores e empresas, fomentando um ambiente favorável à inovação e ao desenvolvimento da bioeconomia em Goiás”.
No total, o Cebio conta com 11 biofábricas já instaladas em outros campi do IF Goiano, da UFCat, da UFG e UEG, em praticamente todas as regiões do Estado de Goiás, e existe a previsão de implantação de mais unidades nas cidades de Campos Belos, Ceres, Hidrolândia, Iporá, Morrinhos, Posse e Urutaí. “Atualmente, além de Cristalina, já temos biofábricas em funcionamento em Rio Verde e Catalão, e já estamos trabalhando na implantação de novas unidades, que, estrategicamente distribuídas, garantirão que os produtores goianos tenham acesso às tecnologias mais avançadas em bioinsumos, impulsionando a agricultura sustentável e fortalecendo a economia”, conclui o titular da Seapa.
Ensino, pesquisa e empreendedorismo
O secretário de Desenvolvimento Econômico e Agronegócio de Cristalina, Alécio Maróstica, comenta que todo avanço tecnológico é muito importante para o município. “Cristalina tem uma diversidade e atividade agrícola muito grande, chegando próximo a 60 culturas. Os bioinsumos são muito utilizados em muitas dessas culturas e isso atrai investimentos significativos”, afirma.
A Unidade de Transferência de Tecnologia funcionará no campus do IF Goiano e será coordenada pela professora Miriam de Almeida Marques. Já estão em andamento alguns projetos de pesquisa em parceria com empresas privadas, como a Fertiliza e Moara, com foco na produção de bioinsumos para o manejo de pragas e doenças de plantas.
Além da pesquisa, a biofábrica também desenvolverá projetos de ensino, extensão e empreendedorismo com as temáticas citadas. “Os principais projetos de pesquisa executados na biofábrica do Cebio na UTT do Campus Cristalina estão relacionados com a bioprospecção de novos agentes biológicos utilizados na agricultura, como o uso de biodefensivos botânicos no manejo de pragas e doença de plantas cultivadas, por meio de extratos e óleos vegetais. E, também, na aplicação de bioinsumos via água de irrigação, produção e formulação de biodefensivos”, exemplifica a coordenadora.
Ela também destaca que o projeto integra tecnologias voltadas para a produção e utilização dos bioinsumos no sentido de auxiliar os agricultores da região na adoção dessas tecnologias, a fim de impulsionar o desenvolvimento econômico, social e ambiental de Cristalina, uma das maiores potências agrícolas de Goiás devido a sua diversidade produtiva. “As tecnologias desenvolvidas contribuem para o aumento da segurança alimentar com uso de bioinsumos, com o crescimento da produtividade de cultivos agrícolas, com o aumento da rentabilidade dos cultivos e com a garantia de um agroecossistema mais sustentável”, finaliza Miriam.