O município da Ride acaba de abrir as portas de mais uma biofábrica do Centro de Excelência em Bioinsumos (Cebio). A nova unidade, também chamada de Unidade de Transferência de Tecnologia (UTT), foi criada a partir de um convênio firmado entre o Instituto Federal Goiano (IF Goiano) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) com a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás (Seapa), por  meio do Programa Estadual de Bioinsumos, a Universidade Estadual de Goiás (UEG) e as universidades federais de Catalão (UFCat) e de Goiás (UFG).

De acordo com o titular da Seapa, Pedro Leonardo Rezende, a biofábrica representa um marco para o desenvolvimento sustentável da agricultura no município e em toda a região. “Com a produção local de bioinsumos, fortalecemos a cadeia produtiva, gerando empregos e renda para a população, além de impulsionar a pesquisa e a inovação no campo”, afirma.

Pedro Leonardo Rezende: “Estamos trabalhando na implantação de novas unidades, que garantirão que os produtores goianos tenham acesso às tecnologias mais avançadas”

Os bioinsumos são produtos de base vegetal, animal ou microbiana, destinados ao uso na produção, no armazenamento e no beneficiamento agropecuários. Segundo o secretário, os agricultores e produtores de Cristalina e região serão diretamente beneficiados pela biofábrica. “Eles terão acesso facilitado a bioinsumos de alta qualidade, produzidos com tecnologia de ponta e adaptados às necessidades locais. Isso significa mais produtividade, redução de custos e, principalmente, uma agricultura mais sustentável, com menor impacto ambiental”, explica.

Pedro Leonardo também enfatiza que a parceria com o Governo de Goiás foi fundamental para a concretização da biofábrica no município. “Por intermédio do Programa Estadual de Bioinsumos e do Cebio, o estado tem investido em pesquisa, desenvolvimento e infraestrutura, possibilitando a criação de biofábricas em diversas regiões. Além disso, o governo tem atuado como um facilitador, conectando instituições de pesquisa, produtores e empresas, fomentando um ambiente favorável à inovação e ao desenvolvimento da bioeconomia em Goiás”.

No total, o Cebio conta com 11 biofábricas já instaladas em outros campi do IF Goiano, da UFCat, da UFG e UEG, em praticamente todas as regiões do Estado de Goiás, e existe a previsão de implantação de mais unidades nas cidades de Campos Belos, Ceres, Hidrolândia, Iporá, Morrinhos, Posse e Urutaí. “Atualmente, além de Cristalina, já temos biofábricas em funcionamento em Rio Verde e Catalão, e já estamos trabalhando na implantação de novas unidades, que, estrategicamente distribuídas, garantirão que os produtores goianos tenham acesso às tecnologias mais avançadas em bioinsumos, impulsionando a agricultura sustentável e fortalecendo a economia”, conclui o titular da Seapa.

Ensino, pesquisa e empreendedorismo

O secretário de Desenvolvimento Econômico e Agronegócio de Cristalina, Alécio Maróstica, comenta que todo avanço tecnológico é muito importante para o município. “Cristalina tem uma diversidade e atividade agrícola muito grande, chegando próximo a 60 culturas. Os bioinsumos são muito utilizados em muitas dessas culturas e isso atrai investimentos significativos”, afirma.

A Unidade de Transferência de Tecnologia funcionará no campus do IF Goiano e será coordenada pela professora Miriam de Almeida Marques. Já estão em andamento alguns projetos de pesquisa em parceria com empresas privadas, como a Fertiliza e Moara, com foco na produção de bioinsumos para o manejo de pragas e doenças de plantas.

Além da pesquisa, a biofábrica também desenvolverá projetos de ensino, extensão e empreendedorismo com as temáticas citadas. “Os principais projetos de pesquisa executados na biofábrica do Cebio na UTT do Campus Cristalina estão relacionados com a bioprospecção de novos agentes biológicos utilizados na agricultura, como o uso de biodefensivos botânicos no manejo de pragas e doença de plantas cultivadas, por meio de extratos e óleos vegetais. E, também, na aplicação de bioinsumos via água de irrigação, produção e formulação de biodefensivos”, exemplifica a coordenadora.

Miriam de Almeida Marques: “Os principais projetos de pesquisa executados na biofábrica do Campus Cristalina estão relacionados com a bioprospecção de novos agentes biológicos utilizados na agricultura”

Ela também destaca que o projeto integra tecnologias voltadas para a produção e utilização dos bioinsumos no sentido de auxiliar os agricultores da região na adoção dessas tecnologias, a fim de impulsionar o desenvolvimento econômico, social e ambiental de Cristalina, uma das maiores potências agrícolas de Goiás devido a sua diversidade produtiva. “As tecnologias desenvolvidas contribuem para o aumento da segurança alimentar com uso de bioinsumos, com o crescimento da produtividade de cultivos agrícolas, com o aumento da rentabilidade dos cultivos e com a garantia de um agroecossistema mais sustentável”, finaliza Miriam.