Moradores de Águas Lindas de Goiás denunciam condições precárias de alguns bairros
23 novembro 2024 às 12h36
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A rua está em condições críticas, dificultando o tráfego de pedestres e motoristas, e o período das chuvas agrava ainda mais a situação. Segundo o morador Alexandre da Silva, que vive no bairro há 18 anos, a via não recebe nenhum tipo de manutenção da prefeitura. “Está nessas condições há uns 15 anos. Entra prefeito, sai prefeito, e nunca muda”, desabafa. Ele complementa: “A prefeitura veio na semana passada e jogou restos de construção nas crateras, mas isso não resolveu nada”.
Outro problema apontado pelos moradores é a ausência de tubulação para drenagem das águas pluviais, agravada pelas obras do novo hospital na região. “O asfalto feito ao redor do hospital bloqueou o escoamento natural da água pela terra e, com as chuvas recentes, a situação piorou ainda mais”, diz Alexandre.
Já Francisco Araújo, motorista de aplicativo e morador da área desde 1998, lamenta a precariedade da rua, que afeta até o seu trabalho. “Eu moro na rua principal a 400 metros do local, mas fico impossibilitado de entrar com meu veículo para pegar passageiros. É muito vergonhoso ver um prefeito, 21 vereadores, um deputado estadual e um deputado federal, e nada é feito por essas vias, que há anos sofrem com esse descaso”, ressalta.
Francisco afirma, ainda, que frequentemente registra denúncias e participa de reportagens a pedido dos moradores. “Sou o único que mostra a cara e não tenho medo de expor o problema. Essa situação precisa de uma solução definitiva”, cobra o morador.
A reportagem do Jornal Opção Entorno procurou o prefeito de Águas Lindas, Dr. Lucas Antonietti (União Brasil), diretamente e por meio de seus assessores, para obter um posicionamento sobre a situação. Contudo, até o fechamento desta edição, não houve retorno. O espaço permanece aberto, caso o gestor municipal deseje se manifestar.
Soluções eternamente “paliativas”
O advogado e morador de Águas Lindas, Adenilson dos Santos Silva Filho, comenta sobre a situação enfrentada pelos moradores de uma rua no Setor 8, que sofrem com alagamentos e erosão recorrentes. Segundo ele, apesar das dificuldades, a organização comunitária se destaca. “É uma situação muito triste a dos moradores dessa rua, mas tem um lado positivo, que é a união deles. Eles têm um grupo de WhatsApp, onde fazem pedidos na Secretaria de Obras e têm uma rede de organização”, relata Adenilson, ao salientar o empenho coletivo da população na busca de soluções para as demandas locais.
Para ele, o principal problema é a adoção reiterada de medidas paliativas, sem a execução de obras duradouras. “Todos os anos, essa situação se repete: eles vão lá, colocam asfalto, a enxurrada vem e leva o asfalto, porque não é um trabalho de longo prazo, com instalação de galerias pluviais, de bocas de lobo, para essa água escoar e resolver essa erosão, que não é algo novo”, explica. Ele ressalta que a infraestrutura inadequada de drenagem pluvial contribui para a recorrência do fato, prejudicando os moradores e causando desperdício de recursos públicos em soluções sempre temporárias.
Adenilson afirma ainda que a situação precária não ocorre somente no Setor 8. “Em outras ruas da cidade isso também acontece, só que a gente não vê a mesma articulação dos moradores”, observa. Ele também menciona que, embora essa via chame a atenção por estar em uma área central, próxima ao hospital regional recém-inaugurado, a falta de infraestrutura é algo generalizado em Águas Lindas. “Muitos bairros enfrentam problemas semelhantes, especialmente pela ausência de planejamento para captação de águas da chuva, o que torna necessária uma intervenção mais ampla e efetiva por parte do poder público”, conclui.
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