Investigação do MPGO na Câmara Municipal de Valparaíso envolve o presidente da casa
03 dezembro 2024 às 18h55
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Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão em residências, empresas e na sede do Legislativo municipal. Durante a operação, foram apreendidos R$ 10.800 em espécie e pedras preciosas, cuja origem ainda não foi esclarecida.
O trabalho contou com a atuação de oito promotores de Justiça e apoio da Polícia Militar. As ordens foram expedidas pela 2ª Vara Criminal da comarca local. O MP não divulgou detalhes oficiais sobre os alvos da operação devido ao sigilo das investigações. Porém, informações vazadas apontam os nomes de Flávio Lopes (MDB), Plácido Cunha (PDT) e Alceu Gomes (UB) como citados no processo.
O Jornal Opção Entorno procurou os vereadores relatados, mas não obteve resposta. O espaço segue aberto para manifestações dos envolvidos.
Relembre o caso da má gestão de Alceu Gomes
A presidência do vereador na Câmara Municipal foi alvo de diversas acusações por má gestão. Ele realizou reformas no prédio do Legislativo sem licitação, planejamento adequado ou autorização do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (CREA-GO). Entre as obras, estavam a instalação de porcelanato, letreiros e pintura, executadas sem os registros técnicos necessários e com trabalhadores atuando sem equipamentos de proteção.
As justificativas para as reformas foram contestadas, especialmente, por conta da ampliação dos serviços sem base em urgências reais. Além disso, as investigações indicaram superfaturamento e direcionamento de contratos. O caso gerou pedidos de investigação por órgãos como o Tribunal de Contas e reforçou a suspeita de uso da Câmara para interesses pessoais e políticos.
Afastamento de Cláudia Aguiar expôs crise interna
No dia 5 de novembro desde ano, o Jornal Opção Entorno publicou reportagem em que a vereadora Cláudia Aguiar (PSDB) criticou publicamente a gestão de Alceu Gomes, acusando-o de autoritarismo e falta de transparência. Segundo Cláudia, reformas na Câmara foram iniciadas sem consulta à mesa diretora e contratos foram fechados de forma irregular. Ela denunciou que Alceu teria afastado o vice-presidente da Câmara, Edson Nunes (PSDB), como represália por questionar sua gestão.
Cláudia também afirmou que Alceu manipulava votos na Câmara por meio de promessas de empregos e benefícios. “Ele tentou me calar, mas continuei denunciando os abusos”, declarou. A vereadora ainda mencionou episódios de intimidação envolvendo outros parlamentares, incluindo ameaças feitas por Flávio Lopes a funcionários da Câmara com uma arma de fogo. Segundo a parlamentar, de origem ilegal.
Investigações apontaram graves irregularidades
Denúncias envolvendo Alceu Gomes chegaram ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas, gerando pedidos de cassação e inelegibilidade por cinco anos. A ausência de transparência no portal oficial da Câmara sobre as obras realizadas, somada à falta de alvarás e registros técnicos obrigatórios, agravou a situação. A gestão de Alceu foi marcada por crises políticas e administrativas, além de protestos por parte da sociedade civil e de outros vereadores.
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