Por Márcio Aguiar*

A transição entre mandatos pode determinar o sucesso ou fracasso de projetos importantes para o desenvolvimento local. Mas qual é a importância da continuidade administrativa, seja por meio da reeleição de prefeitos ou da eleição de candidatos apoiados pelos gestores atuais?

A partir de exemplos no Entorno de Brasília, buscamos respostas para essa questão. Em Santo Antônio do Descoberto, a administração atual, sob o comando de Aleandro Caldato (UB), tem mostrado um compromisso claro com o desenvolvimento urbano e a melhoria dos serviços públicos. Caldato, que investiu em infraestrutura e educação, apoiava a candidatura de seu secretário de Desenvolvimento Social, Alexandre de Jesus (MDB), à sucessão. Por convenção partidária, foi decidido que Jesus passaria a ser candidato a vice-prefeito na chapa com Jessica do Premium (UB). A continuidade deste projeto de governo é vista por muitos como uma garantia de que as melhorias iniciadas não serão interrompidas, proporcionando uma estabilidade que pode beneficiar a população.

Em Valparaíso de Goiás, o prefeito Pábio Mossoró (MDB) segue o mesmo caminho ao apoiar Marcus Vinicius (MDB) como seu sucessor. Marcus, que já tem experiência como vereador e secretário municipal, promete dar continuidade às obras e políticas públicas que transformaram Valparaíso nos últimos anos, garantindo que o progresso iniciado pela gestão atual seja mantido.

Outro caso notável é o de Alexânia, onde o atual prefeito Allysson Silva (PP), após dois mandatos bem-sucedidos, procura manter o legado de sua gestão por meio de seu candidato Mateus Henrique (PP). Allysson apostou em obras de infraestrutura e políticas sociais robustas, que transformaram a cidade nos últimos anos. A continuidade aqui, por meio de um sucessor de sua confiança, é crucial para assegurar que as políticas implementadas não sofram retrocessos, algo que pode acontecer facilmente com uma mudança abrupta de governo.

Quando um prefeito decide concorrer à reeleição, a eleição se transforma em um referendo sobre sua administração. Se reeleito, isso demonstra uma aprovação pública das políticas adotadas e dos resultados alcançados. Um exemplo dessa dinâmica pode ser visto em Luziânia, onde o prefeito Diego Sorgatto (UB) busca a reeleição após um primeiro mandato marcado por investimentos significativos em infraestrutura urbana, educação e saúde. Sorgatto tem sido elogiado por seu trabalho na modernização da cidade, com a implementação de obras de pavimentação e a melhoria do transporte público com tarifa zero, que beneficiaram diretamente a qualidade de vida dos moradores.

Em Águas Lindas de Goiás, o prefeito Dr. Lucas Antonietti (UB) também busca a reeleição, após um mandato em que fortaleceu o sistema de saúde local, com a inauguração de novas unidades de pronto-atendimento e a expansão de programas de atenção básica. Antonietti foi fundamental no combate à pandemia, ganhando o apoio popular ao implementar estratégias eficazes de vacinação e atendimento emergencial. A reeleição desses prefeitos, portanto, não é apenas sobre a continuidade dos projetos em andamento, mas também um voto de confiança na capacidade desses gestores de seguir entregando resultados positivos.

Por outro lado, a falta de continuidade administrativa pode resultar em prejuízos significativos para os municípios. Projetos inacabados, interrupção de serviços essenciais e a perda de recursos investidos são alguns dos riscos associados à transição de poder para uma gestão que não compartilha a visão de seu antecessor.

Dessa forma, os exemplos acima demonstram que a continuidade administrativa é uma questão de conveniência política e também uma necessidade prática para o bom funcionamento da gestão pública. Contudo, é importante que essa continuidade esteja acompanhada de uma visão clara de progresso e adaptação às novas realidades, garantindo que o município não apenas mantenha o que foi conquistado, mas também avance em direção a novos horizontes.

A continuidade de gestão, seja pela reeleição ou pela eleição de candidatos alinhados ao prefeito atual, desempenha um papel vital na administração municipal, especialmente em regiões com as peculiaridades do Entorno de Brasília. Ao garantir a continuidade, os gestores públicos podem assegurar a conclusão de projetos essenciais, a manutenção de serviços críticos e a estabilidade necessária para o desenvolvimento a longo prazo. No entanto, essa continuidade deve sempre estar acompanhada de inovação e uma constante adaptação às necessidades da população, para que o progresso seja sustentado e ampliado.

A eleição de 2024 será um teste decisivo para os municípios do Entorno, onde a escolha entre continuidade e mudança poderá definir o futuro dessas cidades por muitos anos.

*Márcio Aguiar – Cientista político, consultor em comunicação e marketing político

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