A Saneago informou que um deslizamento de terra na cratera situada no setor Esplanada II rompeu uma adutora de água tratada, comprometendo, assim, o abastecimento em diversos bairros, incluindo os setores Valparaíso I (etapas A, B, C, D e E) e Esplanada III. Devido à profundidade da erosão, que já ultrapassa 15 metros, os reparos enfrentam dificuldades. Equipes técnicas foram acionadas para conter os danos e substituir a tubulação, exigindo o fechamento dos registros durante a manutenção.

O problema da primeira erosão é antigo. Em 2015, o Ministério Público de Goiás (MPGO) ingressou com uma ação judicial exigindo a recuperação do local, que à época já somava 500 metros de área total. A degradação foi causada pelo despejo de águas pluviais da BR-040 e impacta propriedades privadas e áreas ambientais, contaminando o Córrego Barbatimão e o Ribeirão Saia Velha com esgoto irregular.

Foto áerea da erosão às margens da BR-040

A ação exigia o isolamento imediato da área, um plano de recuperação ambiental e infraestrutura adequada para evitar novos danos. Um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi proposto, mas não houve adesão. O MPGO também solicitou uma indenização de pelo menos R$ 5 milhões para o Fundo Estadual do Meio Ambiente.

O que diz a Prefeitura de Valparaíso

Em resposta ao Jornal Opção Entorno, a Prefeitura de Valparaíso de Goiás esclareceu, por meio de nota oficial, que todas as medidas administrativas e judiciais necessárias já foram tomadas para solucionar o problema da erosão no Esplanada II. No entanto, a gestão municipal não se pronunciou sobre a situação da erosão entre os bairros Parque Rio Branco e Ipanema.

Ainda, segundo a Prefeitura, a área afetada é de propriedade privada e foi arrematada em leilão com a obrigação de recuperação ambiental, conforme previsto no Programa de Recuperação de Área Degradada (PRAD). Entretanto, os proprietários não cumpriram suas responsabilidades.

Também foram firmados dois Termos de Ajustamento de Conduta (TACs), ambos descumpridos pelos donos do imóvel. Em seguida, foi ajuizada uma ação civil pública e novamente não houve cumprimento do prazo para apresentação do plano de recuperação da área.

Atualmente, o local afetado está em processo de penhora para que os imóveis sejam leiloados e os recursos arrecadados sejam utilizados na recuperação ambiental. A gestão municipal reforça que já tomou todas as providências cabíveis, tanto na esfera administrativa quanto na judicial.

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