A gestão do atual prefeito de Formosa, Gustavo Marques (Podemos), enfrenta duras críticas após enviar, de última hora, 21 projetos de lei à Câmara Municipal para serem votados hoje (9), a toque de caixa, em sessão extraordinária. É seu último mês à frente do Poder Executivo local. Entre as propostas, consideradas polêmicas, estão a criação de benefícios de segurança particular para o gestor executivo municipal após o fim do mandato e a entrega da administração da área azul da cidade para uma empresa sem licitação.

O vereador Ciê do Sacolão (UB) classificou a atitude de Marques como um desrespeito à população. “É um absurdo querer que o povo pague a segurança particular do prefeito por quatro anos. Após o mandato, ele se torna um cidadão comum. Se quer segurança, que pague com o próprio dinheiro”, frisou.

O parlamentar também questionou o momento escolhido para apresentar os projetos: “Faltam apenas 24 dias para acabar o mandato, e ele envia 21 propostas no apagar das luzes. É uma irresponsabilidade!”.

Outro ponto criticado foi a tentativa de parcelar um déficit de R$ 8,5 milhões na previdência municipal. “Esse dinheiro desapareceu e agora querem jogar a conta para a próxima gestão. Isso é inaceitável”, concluiu o vereador.

“Vitória do povo”

A prefeita eleita de Formosa, Simone Ribeiro (PL), também se manifestou em vídeo enviado ao Jornal Opção Entorno. “Recebemos a notícia de que teríamos hoje uma sessão para votar 21 projetos que ferem a Lei de Responsabilidade Fiscal e foram apresentados sem qualquer discussão ou parecer técnico”, afirmou.

Ela destacou, ainda, que um dos maiores desafios da próxima administração será lidar com a delicada situação financeira. “O município está com um rombo de quase R$ 25 milhões, precatórios de mais de R$ 100 milhões e previdência privada passando dos R$ 10 milhões. É, no mínimo, irresponsável aprovar projetos em 24 ou 48 horas sem ouvir a população, ou analisar os impactos financeiros”, declarou.

Para barrar a apreciação dos 21 textos enviados por Marques à Câmara, Simone acionou a Justiça. “Entramos com uma liminar para suspender a sessão e impedir que propostas prejudiciais ao município fossem aprovadas. A juíza Simone Pedra Reis determinou a retirada de vários projetos e a sessão foi cancelada. Essa é uma vitória do povo”, celebrou.

O Jornal Opção Entorno procurou o presidente da Câmara de Formosa, Edmundo Nunes Dourado, o Mundim (Podemos), para comentar o caso, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição. O espaço segue aberto.

Confira, no vídeo a seguir, o momento em que a sessão extraordinária foi cancelada na Câmara:

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