Prefeito exonera secretárias municipais após operação da Polícia Civil

22 março 2025 às 11h15

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O prefeito Lulinha Viana (PP), de Cidade Ocidental, exonerou as secretárias Vanderli Ferreira de Carvalho, da Saúde, e Marli Alves Lessa, de Políticas Públicas para as Mulheres. Também foi exonerada Rosalea Rodrigues de Oliveira Silva, que ocupava o cargo de chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Assistência Social. A decisão foi publicada no Diário Oficial do município e ocorreu após a Polícia Civil de Goiás (PCGO) deflagrar a Operação Pacto Sistêmico, que investiga possíveis crimes contra a administração pública.
Marli Alves Lessa é ex-primeira-dama do município e esposa do ex-prefeito Fábio Correa (PP). Sua exoneração, junto à de Vanderli Ferreira de Carvalho e Rosalea Rodrigues de Oliveira Silva, marcou um ponto de inflexão no atual governo municipal. Afinal, todas participaram da gestão de Correa e o afastamento das três sugere um possível distanciamento de Lulinha em relação à administração anterior, além da tentativa de reforçar seu compromisso com a transparência e a moralidade. A decisão também pode ter um impacto estratégico, visando consolidar a base de apoio do prefeito e desvinculá-lo de possíveis escândalos do ex-gestor.

O Jornal Opção Entorno entrou em contato com o prefeito Lulinha Viana para comentar a respeito das exonerações, mas não obteve resposta até o fechamento desta reportagem. O espaço permanece aberto para futuras manifestações.
Confira, a seguir, as decisões publicadas no Diário Oficial de Cidade Ocidental:
Saiba mais
A prefeitura de Cidade Ocidental foi alvo de duas operações policiais, com o intuito de investigar a gestão de Fábio Correa. A primeira delas, batizada de Ypervoli, ocorreu em setembro de 2024 e envolveu a atuação da Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU).
Na época, diligências realizadas pela PF e auditoria da CGU mostraram indícios de fraude à licitação em mais de 100 contratos, cujos valores ultrapassavam R$ 65 milhões. O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) afastou o então prefeito. Ele e outros suspeitos, incluindo Vanderli Ferreira de Carvalho, ainda são investigados por crimes como corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, fraudes à licitação, peculato e organização criminosa.
Na semana passada, a defesa do ex-prefeito tentou invalidar a investigação, alegando que a PF teria começado as apurações sem autorização do TRF-1. No entanto, a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou o pedido, alegando que as investigações foram iniciadas com base em fontes abertas e oficiais. Ainda será julgado um novo recurso.
Já nesta semana ocorreu a Operação Pacto Sistêmico, conduzida pela Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (DECCOR), da Polícia Civil de Goiás (PCGO), que apura supostos casos de corrupção ativa e passiva, peculato, fraudes em licitações e contratos administrativos, lavagem de dinheiro e associação criminosa ocorridos no governo do ex-prefeito.
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